26 outubro 2016

#34 O dia em que eu aceitei que tu não eras suficiente para mim

Em primeiro lugar, quero que saibas, que quando percebi de que querer-te não era suficiente, não foi nada fácil.
Desde que nos entendemos como gente, que nos é incutido que o amor é mais forte do que qualquer outra coisa.
É nos filmes, nos livros até nos contos de fadas que nos lêem quando somos crianças!
Inclusivamente eu era daquelas pessoas que acreditava que o amor podia tudo e que era para sempre.
Mas acabei por aprender de que não, no nosso caso o amor não foi suficiente.
Não foi suficiente sentir que o meu coração batia tão forte que parecia que ele ia sair do meu peito quando me abraçavas.
Muito menos chegou eu ter pensado, durante algum tempo, que tinha encontrado a pessoa com a qual passaria o resto da minha vida.
Eu queria estar a teu lado, despertar contigo todas as manhãs, que me desses a mão ao sair de casa, queria desejar-te "boa noite" antes de apagar a luz, e que dormisses a meu lado enroscado em mim nas noites frias.
E por estranho que pareça, também queria outras coisas que não eram assim tão boas, tal como recusar-me a fazer certas perguntas. Perguntas para as quais eu já sabia a resposta, mas não a queria ouvir da tua boca. 
Esse foi um dos piores erros que cometi, porque dentro de mim algo me dizia que devia sair dali, e eu ignorei.
O amor nem sempre é fácil.
Mas hoje eu sei que o que tu sentias por mim não era amor, ou pelo menos não era amor de verdade.
Compreendi que o amor verdadeiro nunca acaba, muito pelo contrário, o amor verdadeiro continua para sempre, cada dia mais forte.
O tempo foi passando e eu amadureci. 
Foi inevitável que tu ficasses para trás.
Mas nem sempre tudo foi tão fácil como é agora.
E eu nem sempre fui a pessoa que sou hoje.
Houve meses difíceis em que me sentia sem rumo. Em que me afogava e desaparecia na minha própria angústia e em pensamentos que tanto me atormentavam.
Sempre soube que um dia tu irias embora mas não fazia ideia de como controlar o medo que sentia em te perder.
O processo foi demorado.
Levou alguns meses, e se eu não tivesse tido tanta força talvez tivesse levado anos.
Mas um dia, decidi que estava na hora de pensar em mim.
Lembro-me muitas vezes que me acusaste de tomar decisões erradas, de ser egoísta e de me recusar a ver a realidade. Sabes uma coisa, as tuas palavras tiveram um efeito contrário ao que tu desejavas e foi graças a elas que um dia eu despertei para a realidade.
Tu só te amavas a ti, e eu não podia continuar a entregar-te algo que eu já nem sequer tinha para mim.
Como é que eu podia amar-te, se naquele momento eu já não me amava?
Não era possível.
Agora compreendo que não se pode amar alguém sem antes nos amarmos primeiro, com todos os defeitos mas também com todas as qualidades e virtudes que nos fazem ser o que somos.
Nunca vou esquecer o dia, em que foste cobarde o suficiente para acabar tudo por mensagem. Mas obrigada por teres tomado uma decisão que por ser fraca, não tive a coragem de a assumir. 
Obrigada por me teres libertado, por romperes as correntes que me prendiam e por abrires a porta, que por muito tempo tinha permanecido fechada.
Ainda que possa parecer estranho, quero agradecer-te, foi por causa desta experiência que vivi contigo que eu aprendi a valorizar-me e a amar-me como sempre devia ter feito... como fazia antes de te conhecer.
Gostaria que soubesses disso.
Mesmo quando o destino te levou para um caminho bem diferente do meu.
Espero que tu também tenhas mudado e que as pessoas que estão na tua vida tenham aprendido a diferenciar entre o verdadeiro e o falso das tuas palavras.
Eu amei-te e não me arrependo, porque eu sei que apesar dos maus momentos que passei a teu lado, eu consegui ser suficientemente forte para te amar. Mesmo tu não o sendo para mim.

17 junho 2016

Amizade...

"Há amizades feitas de risos e dores partilhadas.
Outras de horas de escola.
Outras de brincadeiras de infância.
Outras de saídas, de cinemas, de diversões.
Outras de momentos chave vividos por coincidência.
E, depois, estão aquelas que nascem sem se saber exactamente porquê... inclusivamente de silêncios compreendidos, ou de simpatia mútua sem explicação."

16 junho 2016

Eu...

"Eu não sou tão forte quanto eu previa, nem tão fraca quanto eu temia.
Não tenho o passo rápido como eu gostaria, nem paraliso como poderia.
Aprendi a equilibrar-me nos extremos.
Se não tenho o direito de escolher todos os acontecimentos, posiciono-me de acordo com os factos.
No final, o que me move não é forte o suficiente para me derrubar, mas é intenso o bastante para me fazer ir mais além."

15 junho 2016

... senta-te e espera!



Não te vingues, senta-te e espera.
Aqueles que ferem os outros geralmente acabam por se destruir entre eles mesmos.

14 junho 2016

#31 Aquilo que ninguém sabe, ninguém pode estragar...

Porque será que temos esta necessidade de contar aos outros sobre as nossas conquistas?
Que necessidade é essa,que nos faz querer mostrar ao mundo a nossa felicidade?
Porque será que queremos mostrar ao mundo o nosso sucesso, as nossas conquistas, da mesma forma que a tristeza e a alegria ficam estampadas no nosso rosto?
Existem momentos tão intensamente felizes na nossa vida, que mal cabemos em nós com tanta felicidade e acabamos por querer contar ao mundo o quanto estamos felizes.
Mas será que estaremos rodeados por pessoas invejosas, maldosas e que não suportam ver alguém feliz? Pessoas a quem a felicidade lhes é tão estranha, que não são capazes de entendê-la, a ponto de fazer de tudo para destruí-la. 
Será que devemos temer a maldade alheia? 
É preciso cautela, para que não tenhamos que enfrentar o pior dos outros na nossa vida.
Por mais que se esteja seguro e certo quanto às nossas convicções, existirá sempre pessoas a tentar diminuir-nos por meio de provocações e boatos. Pessoas incapazes de torcerem pelo sucesso de alguém.
Muitas vezes, é inevitável espalhar pelas redes sociais a alegria que sentimos pelas nossas viagens, pelas nossas conquistas amorosas e profissionais, pelo sucesso dos nossos familiares e amigos, seria péssimo apenas publicarmos lamúrias, indirectas venenosas e tristezas, para isso existem os consultórios dos psicólogos.
No entanto, é necessário saber que haverá sempre pessoas que irão ver isso como ostentação inútil, excesso de vaidade, ego inflamado, ou seja, estaremos sujeitos a comentários desagradáveis sobre nós, muitos deles pelas nossas costas. 
Mas por outro lado, existirá sempre, alguém que irá torcer pela nossa felicidade, que caminhará ao nosso lado quer chova ou faça sol, que nos amará verdadeiramente, que será capaz de partilhar a sua vida com a nossa com uma reciprocidade sincera.
Por isso, uma das nossas maiores conquistas será poder contar com pelo menos alguns que nos admirem realmente. A esses, sim, poderemos mostrar a nossa grandeza e a nossa pequenez mais inconfessáveis. Quanto aos restantes, recomenda-se cautela.
Não é necessário exibir a nossa felicidade nas vitrinas sociais e virtuais, para que ela se complete.
Aqueles que sempre estiveram ao nosso lado, bem perto, a partilhar de verdade, esses irão ler a felicidade nos nossos olhos e irão comemorar de mãos dadas connosco cada conquista, cada degrau superado, e é por eles que valerá sempre a pena sobreviver com ética e dignidade a cada batalha que surja no nosso caminho. 
Por isso, as minhas conquistas e a minha felicidade por vezes não aparecem nas redes sociais. Apenas aparece um pouco de mim. O restante está guardado para mim e para aqueles que amo.
Vou seleccionando o que mostro ao mundo.
Pois aquilo que ninguém sabe, ninguém pode estragar, ninguém vai cobiçar, ficará longe da maldade e da inveja alheia. 

12 junho 2016

#32 Um dia...

"Um dia a vida deu-me uma chapada com tanta força que me ensinou a resistir.
Um dia mentiram-me de tal forma que me doeu, e então, eu aprendi a seguir em frente com a verdade.
Um dia falhou-me quem eu menos imaginava que viesse a falhar, e então eu aprendi que as palavras devem ser cumpridas e as atitudes devem ser assumidas.
Por vezes é preciso virar a página e começar do zero, embora custe ou doa. 
O melhor guerreiro não é aquele que triunfa sempre, mas aquele que volta sem medo à batalha.

24 maio 2016

Lição...

"A verdadeira lição, é entender que sim, que tudo uma hora se ajeita.
Olhe mais nos olhos.
Tenha menos pressa.
Menos ansiedade.
Mais abraços.
Mais carinho.
Mais tranquilidade.
Porque no final tudo se resolve!"

22 maio 2016

#30 Ao estar feliz e solteira ensinou-me a ser mais exigente…


Posso afirmar que em relação ao amor, hoje estou menos iludida, mas também fiquei mais criteriosa.
Não é que eu tenha desistido deste sentimento, mas aquela paixão juvenil e até inocente já não faz parte da minha maneira de ver o amor.
O cerne da questão é que já vivi situações suficientes para perceber que um relacionamento amoroso não envolve só sentimento. 
Dois deixam de ser só dois e passam a ser um número incontável de pessoas agregadas. Envolve diferenças, envolve família, envolve amigos, envolve vizinhos, animais de estimação e até smartphones.
Envolve paciência, pressão, frustração, desilusão, desconfiança. É claro que também envolve coisas boas, como uma vida partilhada, companheirismo, afecto, amor, confiança.
Eu lembro-me que quando tinha 16 anos e sonhava em namorar, achava que era o melhor que me podia acontecer nessa época, acabou por acontecer, mas não com a pessoa certa, mais valia não ter acontecido! Quando finalmente tive um relacionamento mais profundo posso dizer que a vida me deu uma bofetada na cara. Afinal namorar não era nada daquilo que eu tinha imaginado, a culpa não é das escolhas nem das pessoas. Não fiquei amarga ou desesperançada apenas fiquei realista.
Hoje e após alguns relacionamentos, eu percebo o quanto ser solteira representa liberdade e aprendizagem, pelo menos para mim. 
Não tenho medo de ficar sozinha em casa em plena 6ª feira à noite.
Não tenho medo de ir a eventos sociais sem um rapaz a meu lado. Eu construí a vida com os meus passos. Mas hoje sou eu, Ana. Quem entrar na minha vida não será o protagonista pois a protagonista já sou eu. Quem entrar na minha vida irá tornar-se a referência e não a coordenada.
A realidade é que as frustrações ensinaram-me a amar-me mais, a valorizar mais os meus momentos. 
Ao estar feliz e solteira aprendi a ser mais exigente. E alguém para entrar no meu mundo tem que fazer por merecer. Se fizer joguinhos, se tiver palavras e atitudes vazias eu, simplesmente, perco o interesse.
Eu gosto tanto de escrever, eu adoro ler, gosto tanto de estar e conversar comigo mesma que não dá para trocar por nenhum "olá jeitosa", ou pior, "olá desaparecida", sendo que desaparecida nunca fui nem nunca estive. Não dá para trocar um episódio de Versailles por uma conversa de circunstância superficial ou sem afinidades.
Só vou deixar entrar na minha vida quem realmente merecer. Porque a vida é muito mais íntima que um quarto, a vida é muito mais íntima que cama. 
As pessoas têm por hábito confundir intimidade com sexualidade. 
Mas intimidade é sonho, é medo, é esperança, é falar do passado, da infância, é falar no presente e planear um futuro, é olhar juntos na mesma direcção.
Intimidade requer tempo, requer dedicação, requer interesse mútuo, requer interesse profundo.
Afinal intimidade é o oposto de superficialidade.  
Intimidade não é saber a cor das cuecas ou do sutiã.
Intimidade é saber a cor dos sonhos, a cor dos olhos quando choram, a forma exacta dos lábios quando sorriem.
Intimidade não é ver alguém em roupa interior... isso tu podes ver a qualquer momento, com alguém que acabaste de conhecer ou já conheces à muitos anos.
Intimidade não é ver alguém a despir as roupas. Intimidade é ver alguém a despir-se das barreiras, dos medos, das verdades incontestáveis, das suas certezas absolutas. 
Intimidade é a entrega, mas não a entrega do corpo, mas sim do conjunto do corpo e alma.
Intimidade é a entrega mais difícil de todas... a entrega da alma e do coração.

19 maio 2016

#29 Tenho saudades tuas... mas não te quero de volta!

Já faz tanto tempo que não estamos juntos, até já perdi a conta aos dias.
Parece-me que já foram muitos, ou então poucos, a verdade é que sem ti o tempo passou muito lentamente.
Confesso que não me esqueci de nada, nem dos momentos bons, nem das promessas, nem das mentiras, muito menos da traição. Mas quero que saibas... que depois de tudo, não sei se será bom ou mau, não te guardo rancor, não há ódio no meu coração, ainda que exista muita tristeza, quero que sejas feliz e que a vida te corra bem.
Sinto saudades tuas, admito.
Diariamente.
Desde que me deixaste, não há dia em que não pense em ti.
O que estarás a fazer , onde estarás, qual seria a tua opinião sobre isto, o que dirias se eu fizesse aquilo, será que vês a nova série, e aquele filme gostaste?
É complicado, porque tenho de aceitar o que sentia por ti, mas agora muita coisa mudou.
Mas ainda está cá um vazio, tenho saudades tuas apesar de não te querer de volta, às vezes dá vontade de saber de ti.
Talvez eu já não te ame, mas o carinho que sentia estará sempre aqui, foste a pessoa mais importante na minha vida, no teu momento.
Por ti fiz tantas loucuras e deixei de fazer outras tantas.
Por ti transformei-me numa pessoa melhor, pois tinhas a capacidade de tirar o melhor e o pior de mim.
Aprendi muito contigo, e sei que tudo isso me fez entender muitas coisas e me deu maturidade. 
Muito do que sou hoje o devo a ti, mas não te sintas mal, simplesmente digo-te isto porque se não me tivesses deixado a minha vida continuaria igual, e o que aconteceu pode pôr-me triste por enquanto, mas agora a minha vida é melhor.
Ainda existem muitos lugares e coisas que me recordam de ti. Há muitas coisas que já quis reviver a teu lado só pelo prazer de saber que em algum momento me fizeram feliz.
É difícil ser forte e é ainda mais difícil não te ligar para te dizer que tenho saudades.
Não sei se algum dia irás ler isto, mas se leres saberás que é para ti. 
Não te preocupes, não te quero de volta, não voltaria a cometer o mesmo erro, não agora.
Aprendi, cresci e mudei.
E talvez sentir saudades faça parte do processo.

07 março 2016

#28 Por vezes o Silêncio não é sinónimo de esquecimento...

Por vezes o Silêncio tem muito a dizer, carrega consigo um vazio cheio de sentimentos e de carga emocional, muitas vezes, mais significativa que as avalanches de palavras ou gestos exacerbados.
O Silêncio pode acalmar, mas também pode ferir, pode amparar, às vezes trás paz, outras vezes pode incitar tempestades... nem sempre o silêncio é pacífico.
Às vezes o Silêncio pode indicar revolta, rebeldia, até mesmo uma contrariedade contida. 
Nem sempre estou pronta a expressar o meu ponto de vista, no sentido de verbalizar o que quero e o que sinto. Assim, mesmo que discorde de algo, fico em silêncio, pois falta-me a coragem necessária para me libertar desta prisão que eu própria criei, ou então porque sei que qualquer tentativa de diálogo será inútil e cansativa naquele momento.
O Silêncio pode corresponder a uma reflexão. O pensamento e a fala devem conviver harmoniosamente de forma a que um não atropele o outro, para não existirem situações constrangedoras... É que as palavras, depois de proferidas, não voltam, deixam as suas marcas, muitas vezes negativas, na nossa vida.
Às vezes, o Silêncio é solidão, é vazio.
Outras vezes, o Silêncio é desistência.
Existem momentos em que é mais prudente desistir de algo, de alguém, de tentar convencer, de amar, de reclamar atenção ou reciprocidade.
Certas situações pedem que se siga em frente, que se parta para outra, que se canalize todas as forças e energias na direcção do que nos trará contrapartidas, e nos afastar dos apelos vazios, da mendicidade afectiva, para o bem da nossa saúde física e do nosso equilíbrio emocional.
O Silêncio, também pode significar desapego, o libertar das amarras que impedem de ter uma jornada tranquila.
É preciso despedir de tudo aquilo que nos pesa nos ombros, que embacia a visualização serena das possibilidades o que futuro nos reserva. É preciso serenar a celeridade que inquieta o coração, jogar fora a bagagem que não é necessária para se conseguir viver melhor.
O Silêncio, infelizmente, por vezes é mágoa, é ressentimento, são lamentações acumuladas. Na impossibilidade de encontrar coragem para viver a verdade por inteiro, de refutar o que não nos completa nem nos define, de impor aquilo em que se acredita, muitas vezes, sufoca-se o sentimento mais íntimo sob a infelicidade das aparências condizentes com o que todo mundo espera... excepto nós próprios. Nesse caso, o Silêncio é um crepúsculo eterno da nossa existência.
Felizmente, o Silêncio, também pode ser felicidade, certeza, convicção e força.
Ao reconhecer os momentos certos para calar e guardar aquilo que se pensa, pode salvar-nos de problemas. Quando se está seguro perante aquilo que se é, os sonhos e os planos de vida, não serão afectados.
"Quando o silêncio guarda o que se tem de mais precioso, caminha-se rumo ao alcance dos sonhos, para que se possa dividir com quem se partilha o amor de verdade, e com mais ninguém."
  

04 março 2016

#26 O poder do silêncio incompreendido...

Falavas muito, tinhas sempre algo a dizer, tinhas sempre de impor a tua opinião. Tinhas sempre que comentar, que criticar e essa era uma das coisas de que eu gostava em ti.
Tinhas um bom poder de argumentação e querias ter sempre razão. E eu para não me chatear deixava-te vencer, mesmo quando estavas errado. É que ao fim de algum tempo... cansava.
Vivias para as vitórias. Se encontrasses alguém melhor que tu, entravas em modo de competição, tinhas de ser sempre o melhor!
Quando íamos passear e tudo era lindo de mais ou duro de mais, eu ficava calada a olhar silenciosamente, a apreciar os breves momentos de plena satisfação. Não entendias os meus silêncios. Falamos sobre isso uma vez, mas tu não compreendias, deduziste que eu estava aborrecida e que não gostava da tua companhia. Tentei explicar... mas tu não percebeste... só a tua razão importava... acho que nem chegaste a ouvir o que dizia!
E eu disse-te que a vida me tinha ensinado que fácil era o ruído, as conversas sem sentido, a banalidade das palavras ditas sem necessidade alguma.
Mas argumentar contigo era uma batalha inglória. 
De nós os dois, podias ser o mais culto, o mais hábil, tinhas o dom da palavra e da argumentação.
Mas, de nós os dois, eu era sem dúvida alguma, a mais calma, a mais feliz, a mais atenta, a mais disponível para ti.
Ah! E quando leres isto, se chegares a ler algum dia... não te rias. Eu observei-te bem, sei do que falo!
Eu fazia de ti uma pessoa melhor.
Mas ainda assim, resolveste partir...

06 fevereiro 2016

# 27 Tudo sobre Ela..

Ela é independente... quase sempre.
Ela é vaidosa... mas nem sempre.
Ela é doce, mas só com quem merece.
Ela é corajosa, de tal maneira que te deixaria surpreendido.
Ela é assim... mas costumava ser diferente.
Provavelmente irá mudar, amanhã, para a semana, no próximo mês... quem sabe!
Ela é um dos cem mistérios que tu jamais vais conseguir decifrar.
Ela tem por hábito assustar-se com as coisas mais absurdas e é capaz de demonstrar força quando o mundo ameaça ruir.
Ela tem tudo para ser triste, mas prefere viver a sorrir, e ela não tem um sorriso qualquer.
As suas lágrimas costumavam ser frequentes, mas hoje parecem não ter autorização para cair. 
E por falar em cair, ela já perdeu o chão tantas vezes, que acabou por aprender a voar.
Ela perdeu o tecto mas ganhou as estrelas.
Ela perdeu o medo e acabou por se apaixonar por si mesma.
E quem é que não consegue ficar encantado?
Não é fácil alguém lhe tirar a paz. Porque ela já aprendeu que precisa de pouco para ser feliz.
Para ela basta uma tarde a olhar o horizonte e ver o pôr do sol, aquele ventinho bom no rosto, as amigas de sempre, um bom livro e a eterna vontade de viajar.
Viajar para fora e para dentro, a ela tanto lhe faz.
Viajar para novos lugares e para os mesmos de sempre, para ela é sempre uma alegria.
Ela tem uma relação diferente com a natureza.
Ela fecha os olhos enquanto conversa com o vento.
Ela abre a alma enquanto namora o mar.
Ela deita-se na relva para sentir a terra.
Quando ela pára para observar o céu, as nuvens parecem desfilar novas formas, só para ela.
Quando está ao sol os olhos dela mudam de cor, o seu sorriso brilha, a sua pele fica a dourar enquanto o seu coração aquece.
Ela consegue fazer o tempo congelar.
E congelados ficam os homens à sua volta, atordoados por não conseguirem com ela o que conseguem com todas as outras.
Não adianta dizer-lhe o quanto é linda, porque ela já sabe.
Não adianta prometer, porque ela sabe quando tu não serás capaz de cumprir.
Ela conhece mais pessoas que tu, e mais lugares que tu.
Ela já viveu o suficiente.
Ela já errou o suficiente.
Ela já amou o suficiente.
Ela agora só quer dançar, sorrir, voar.
Ela está cansada de mergulhar, pois sabe que lá em baixo é frio e escuro e quanto tempo leva para retornar. Ela está esgotada. Ela já não quer estar mais nas profundezas.
Ela agora só quer estar deitada a ouvir uma boa música e beber um bom vinho.
E quem sabe... o amor não a encontra pelo caminho.

29 janeiro 2016

Viajar...


Quando vou de viagem levo sempre um bom livro na bagagem.
Porque nas pausas, sabe bem escutar o silêncio de uma boa leitura.

27 janeiro 2016

Mulher vs Homem

"Na vida de cada homem só existe uma mulher com quem é possível conseguir a união perfeita e, na vida de cada mulher, só existe um homem com quem pode sentir-se completa."
Susanna Tamaro


23 janeiro 2016

#25 Tu e Eu...

Contigo, cheguei à conclusão que é da diferença e da complementaridade que nascem as melhores relações.
Mas para que elas nasçam e cresçam, têm de sobreviver ao conflito, à luta, muitas vezes dura e implacável, mas sempre necessária.
Cada vez que vou à Serra experimento esta deliciosa sensação de mergulhar num outro mundo. Um mundo povoado de duendes e hobbits, de fadas e bruxas, de meninos que nunca crescem e histórias com happy ends. 
Mas... deve ser isto que me falta para entrar na idade adulta! Aprender a viver com a ideia que não existem happy ends. 
Que a vida não é nem como nos filmes nem como nos livros, continua sempre, para lá do justo, do razoável e do absurdo e só acaba com a morte.
Que os príncipes encantados são a maior fraude da civilização ocidental e que a frase "e viveram felizes para sempre" devia aparecer no dicionário com o significado: mito ou lenda.
Aprendi que a verdade nunca é exacta, porque cada realidade encerra em si mesma tantas verdades quantas as pessoas nela envolvidas. Tentei explicar-te este conceito, mas como sempre, tu  nunca me deste atenção. Acho que é por isso, que sempre prefiro a dúvida ao conflito. Detesto o conflito, e é nisso que não és parecido comigo.
Por isso te escrevo, em nome de tudo o que nos separa, talvez haja mais sentido nas nossas diferenças do que nas semelhanças. Essas aproximam-nos mais do que tu julgas, porque é da diferença e da complementaridade que nascem as melhores relações.
Porque bom mesmo é o princípio da relação, porque logo a seguir começa o fim.